O impacto da logística de combustíveis no transporte rodoviário de cargas

O Brasil segue no top 10 dos países que mais consomem derivados do petróleo no mundo. De acordo com a Agência Internacional de Energia, nosso país ocupava a 6ª posição no ano de 2013, época em que as hidrelétricas estavam em baixa e as usinas térmicas, em alta, portanto, considerando que o Brasil possui um grande território nacional, sendo um país continental, podemos nos preparar e esperar pelas consequências do impacto de logística de combustíveis no transporte rodoviário de cargas.

As regiões centrais do país, são as que mais produzem biocombustíveis e já na costa, há mais produção e importação de derivados de petróleo, justamente pela localização. O transporte é a fonte de emissão que mais cresce e a eficiência dos veículos vem ultrapassando um maior volume de viagens, porém, o transporte rodoviário de cargas conta com alta demanda no Brasil, possuindo um grande fluxo de deslocamento de mercadorias e alta demanda dos combustíveis, e, com esse aumento no valor, consequentemente gera aumento nos preços dos demais produtos.

Conforme os dados da ANP (Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis), entre 10 a 16 de abril de 2022, o preço da gasolina voltou a subir, ficando com preço médio de R$ 7,219 o litro. Infelizmente, com esse aumento no preço, a atividade transportadora de cargas, passageiros e consumidores, sentirão efeitos no reajuste de todas as mercadorias em circulação. Mesmo assim, não vai ser tão fácil manter esse valor até o final de 2022, havendo possibilidade de outro aumento.

De acordo com a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), o Brasil possui cerca de 1 milhão de transportadoras de carga, empresas de transportes rodoviários e cooperativas de transportes, ultrapassando 2 milhões de veículos registrados. O preço do petróleo continua inconstante no mercado internacional, impactado pela guerra entre Rússia e Ucrânia, tem girado em torno dos US$ 100 o barril.

Em um artigo publicado pelo jornal O Estado de São Paulo, o economista e atual diretor do Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE), Adriano Pires, defendeu o fundo de estabilização para preços dos combustíveis, crendo na necessidade de estabelecer um valor para a variação dos preços do petróleo, gás de cozinha e gás natural.
Pires advoga a utilização de lucros da estatal para capitalizar o fundo e evitar repasses de preço ao consumidor nos momentos de alta cotação do petróleo. Acredita que há necessidade de aumentar a infraestrutura e melhorar a movimentação de combustíveis no Brasil para ser possível reduzir o custo do abastecimento.